Abraço meus travesseiros, não tenho vontade de sair da cama.
Olho pela janela aquele céu cinza, sinto o frio tocar minha pele por debaixo do lençol,estou longe do meu edredom.
Vejo minhas roupas sujas jogadas no cesto, o perfume de ontem ainda exala no quarto.
Umas cinzas de incenso ainda estão jogadas no chão, do lado do copo quebrado.
Olho o teto mal pintado com marcas de goteiras, mosquitos pousados nele.
Percebo que não tem ninguém em casa mais uma vez, pois não ouço o barulho da televisão ou de conversas.
Resolvo tirar os pés da cama e levantar, acho que ainda tem café de ontem na garrafa, ou um pouco do refrigerante do almoço, vou fritar uns ovos para comer com queijo.
Meu fogão ainda está sujo, e a cozinha cheira a refogado da janta de ontem.
Tomo café assistindo a televisão que passa as noticias do almoço, mais umas mortes, alguns assaltos e alguma mulher-fruta fazendo algo que não me completará em nada.
Resolvo deitar aqui de novo nesta cama, para imaginar o que irei fazer de produtivo, qual será a homenagem, ou presente que darei a ela.
O tempo está passando e continuo deitado aqui o vendo passar, melhor eu correr, acho que meu trem está chegando.
João Almeida
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